Quarto de Ishtar

Relembrando a primeira mensagem :

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*Ele andava pelo corredor aparentemente sem rumo, e talvez até perdido. Há uns minutos atrás decidira ir tentar conhecer a escola e somente saiu de seu quarto, começando a andar por aí sem nem mesmo consultar um mapa, e agora encontrava-se num corredor que se tratava sabe-se lá do quê e de quê tipo de pessoas... Só suspeitava que deviam ser a maioria doentes e com sede de assassinatos. Afinal, era um Chalé dedicado a criaturas das trevas, não?*
"Talvez nem tanto assim..."— uma vozinha ecoou por sua cabeça.
"Só tem pessoas malucas por aqui. Sabe-se lá se quando tentar abrir uma porta para pedir ajuda não vai aparecer uma foice e cortar sua cabeça fora."— uma voz estranhamente eletrônica e mais grave interrompeu a vozinha suave anterior.
"Devia experimentar... Não vai saber se não tentar... E não vai conseguir resolver aquilo se não tiver uma ideia de que tipo de pessoas te aguardam por aqui. Devia começar a socializar logo, não custa nada."— a vozinha contrariou e insistiu, martelando sua cabeça.
"Se quiser morrer, vá em frente, Deathday." — disse a voz sinistra, bufando em seguida.
*Quando B finalmente voltou a realidade, percebeu que seu nariz estava a cinco centímetros de uma superfície de madeira. Afastou-se um pouco e visou uma porta aparentemente comum com uma plaquinha escrito "Quarto de Ishtar" em cima do batente superior. Percebeu também que sua mão direita estava erguida e com o punho fechado, parecendo estar apta a bater na porta, e ele simplesmente não se lembrava de mexido-a. Após dar de ombros, aproveitou sua situação e deu três leves batidas na porta, imergindo as mãos nos bolsos e aguardando que fosse respondido, olhando suspeito para os lados vez ou outra*

*Seus olhos prenderam-se na garota à sua frente e ele a analisou discretamente de cima a baixo. Olhou uma última vez para os lados e soltou um suspiro abafado*
— Olá... bem, eu apenas estava buscando conhecer a dona ou dono deste quarto...— deixou a insinuação no ar, esperando a reação da garota.

— É um prazer, Ishtar.— disse, esticando a mão e apertando delicadamente a da garota.— Sou Beyond, Beyond Birthday. Você pode me chamar simplesmente por B, se quiser.
*Recolheu o braço, embolsando ambos os palmos e adentrando ao quarto cautelosamente. Murmurou um "obrigado" ao passar por Ishtar e se dirigiu ao centro, bem próximo a cama, olhando ao redor com um semblante totalmente neutro, embora tivesse um ar de curiosidade*
— Tem uma aparência... Diferente. É agradável por aqui.

*Seguiu a indicação dela e saltou para cima do sofá, sentando-se nele com os pés sobre o estofado e os joelhos próximos ao peito*
— Aceito, mas se tiver café é ainda melhor... Se não se importar, claro. — disse enquanto ajeitava a franja, mas só fez deixá-la mais arrepiada do que já estava.— Bem açucarado...

(Desculpe por ter dado essa sumida, diva. Precisei sair rápido pra levar meu irmão pro hospital -q)

*Ele observou o conteúdo da bandeja por um momento e seu rosto se encheu de satisfação ao ver o pote de geleia. Pegou-o primeiro, e depois a xícara de café, colocando-a sobre uma mesinha de cabeceira que havia ao seu lado. Fez um gesto educado de dispensa às torradas e agradeceu com a cabeça*
— Posso dizer que você acertou em cheio... Obrigado pela geleia. — disse, apressando-se a abrir o frasco e imergir uma das mãos dentro, pegando a quantidade que podia de geleia e a enfiando goela à baixo. Era um ato um tanto repugnante de se ver, mas ele não parecia se importar do que Ishtar pensaria sobre aquilo.— Delicioso...

(Oh, céus... O que ele tem?)

*Riu gostosamente. O riso dela não tinha nada de humano... Pareciam sinos retinindo*
-Você tem cheiro de geléia de morango...
"Assim como de sangue..."

(Infecção urinária e uma inflamação na garganta aí g.g Mas não se preocupe, ele tá melhorando, tá em casa e tomando os remédios ^-^)


*Franziu o cenho suavemente ao ouvir o riso dela e se perguntou se não havia ouvido errado*
— Verdade?— disse, modificando a expressão para parecer pensativa.— Imagino que o cheiro deva ter se impregnado depois de estar em contato tantas vezes nos dias... — por um momento, ele não pareceu se referir só à geleia e levou mais um monte à boca, erguendo uma de suas finas e negras sobrancelhas para Ishtar.— Há igrejas aqui perto?— indagou, como se não estivesse afim de perguntar diretamente o que realmente era a risada que ouvira anteriormente.— Ou uma capela?

(Melhoras para ele...)

*Ela apenas o observou comer, e estranhou quando ouviu sua pergunta*
-Não... Não creio que haja nada desse tipo por aqui.
*Inclina ligeiramente a cabeça*
-Porque? você é religioso?
"Para alguém que cheira a sangue, seria surpreendente..."

(Melhoras mandadas :3)

— Religioso...? Não... Nunca fui. Não cheguei a acreditar, mas... É óbvio que eu seria um tolo se não passasse a crer na existência de coisas sobrenaturais depois do que vi por aqui... — comentou, quase baixando o tom de voz, mas o manteve firme depois de comer mais um pouco da geleia.— Mesmo assim, prefiro ficar longe de quaisquer sejam as práticas religiosas e coisas parecidas. Não fazem muito sentido, na maioria das vezes.
"E já estou condenado mesmo, não faz diferença..."
— Perguntei porque... Imaginei ter ouvido uns sons de sinos no momento em que você riu... — insinuou com um ar inocente.

*Ele não demonstrou surpresa, dando a ela a sútil revelação de que acabara de passar por um teatrinho de suspense. Ele sugou o restante de geleia que insistia em ficar pregada dentre seus dedos e lançou um olhar curioso à Ishtar*
— E o que é a faz rir como sinos tilintando? O que poderia ser? Isso é, se me permite saber...

*Ergueu os olhos, estudando Ishtar por cima dos dedos pegajosos e soltou um suspiro desanimado*
— Estou no mesmo barco... Há coisas melhores de não se saber. No entanto... talvez...
*Desviou brevemente o olhar, passeando-o pelo quarto e voltando-o rapidamente à garota*
— Se você prometer não contar a ninguém...